Colônia Síria Libanesa: contribuições históricas
Letícia Jury
Quando Joaquim Éster, em 1903, chegou em Anápolis, mal poderia imaginar
as valiosas contribuições que a Colônia Sírio Libanesa iria promover no
município. Nem mesmo qualquer um dos pioneiros, Elias José Isaac,
Antônio Jorge Sahium, Pedro Cury, Miguel João, Abrão Jorge Asmar,
Antônio Miguel e Jorge Michel, imaginavam a importância de suas idéias, e
do seu trabalho, para o desenvolvimento da cidade.
Os sírios libaneses tiveram, e têm ainda hoje, influência direta e
indireta na economia, política, esporte, lazer, dentre outros aspectos
da vida social anapolina. O prefeito municipal, Pedro Sahium, é uma
referência a ser citada, bem assim como o idealizador do Distrito
Agroindustrial de Anápolis, conhecido como o “pai do Daia”, o
comerciante Sultan Falluh, e um dos maiores empresários do Estado,
Mounir Naoun.
De acordo com os registros históricos, no campo esportivo, entre
ex-presidentes e colaboradores do Anápolis Futebol Clube, Karim Abrahão,
Nassin Farah, Ricardo Naben, Rachid Cury, José Miguel Hajjar, Samir
Hajjar e Hado Hajjar tiveram papel fundamental. Na Associação Atlética
Anapolina Wahib Aidar, Fued Bittar, Elias Hana, Camilo El Base são nomes
de destaque.
Doações – Embora haja controvérsias, o terreno onde foi construída a
sede do Clube Recreativo Anapolino, em frente à praça Bom Jesus, foi
doado por Jad Salomão. Neste mesmo clube, os jovens árabes foram por
diversas ocasiões homenageados. Relata Haydee Jayme, em ‘Anápolis, Sua
Vida, Seu Povo, que no dia 21 de abril de 1951, o CRA ofereceu um baile
em homenagem “aos talentosos e esforçados jovens anapolinos, que há
pouco colaram grau em várias e renomadas academias de ensino superior do
país”. Dentre eles: “Amin Antônio, Calixto A Miguel, Paulo Falluh,
Calil Dib”. Foram presidentes do clube, Mounir Naoun, Ibrahin Hajjar,
Jamil Abrão e João Abrão.
Os imigrantes também participaram da fundação e contribuíram como
diretores de clubes sociais sem personalidade jurídica, como a Juventude
Atlética Feminina, fundada em 1943, por Francisca Miguel, chamada de
Chiquinha, que enquanto aqui residiu, sempre foi à mola propulsora do
progresso, tanto nos setores educacional, recreativo, esportivo, bailes,
campanhas filantrópicas e outros.
Eles participaram também da formação do ‘Clube dos Vinte e Seis’ e da
‘Turma de Amigos Unidos’. No dia 20 de dezembro de 1931, eles decidiram
formar um núcleo, para a defesa da Colônia, com a denominação de ‘União
Síria’, que muito viria contribuir para o congraçamento da volumosa
classe aqui residente, formada, em sua maioria, de comerciantes.
Acia - Na década de 30, quando a Associação Comercial de Anápolis, que
mais tarde iria agregar a Indústria, foi fundada, os sírios libaneses
participaram ativamente dos seus quadros, tendo como presidentes Sultan
Falluh, Alex Salomão, Ruy Abdala e Mounir Naoun.
Em julho de 1946, por iniciativa do Cônego João Olimpio Pitaluga e do
Frei Conall foi fundado o ‘Circulo Operário de Anápolis’, destinado a
amparar e congregar, sob todos os pontos de vista, pessoas de ambos os
sexos e pertencentes a todas as classes trabalhadoras. Na sua primeira
diretoria, um representante da colônia, como vice-presidente, João
Asmar.
Da mesma forma, havia como representantes da Colônia no Lions Clube de
Anápolis fundado no dia 10 de março de 1957, José Abdala e Gibran El
Hajje. Na ata de fundação da primeira loja Maçônica de Anápolis,
publicado no livro ‘Anápolis, sua vida, seu povo’, há nomes de sírios
libaneses, como de Jad Salomão, como seu primeiro venerável, que é o
cargo máximo da entidade.
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